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Relaxa! Eu tenho proteção!
Posted by Fred Pinto
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20:05
Alguns dias atrás encontrei um cara na academia e sabe quando você fica com aquela impressão de conhece a pessoa de algum lugar? Pois é, fiquei com essa impressão e tentei buscar na memória de onde eu conhecia aquela pessoa.
Diferente de algumas pessoas, eu não tenho a cara-de-pau de cumprimentar uma pessoa e fingir conhecê-la, muito menos de perguntá-la se eu realmente a conheço. Prefiro lembrar de onde nos conhecemos e somente depois falar com ele. Ele também não lembrava de mim, passamos um pelo outro na academia várias vezes e nenhum esboçou reação em cumprimentar o outro.
Fiquei encucado e busquei no fundo da memória de onde o conhecia e eis que *PLIM!* Lembrei e vou compartilhar aqui com vocês.
Era verão em Brasília (até porque aqui só se distingue duas estações: a da seca e a da chuva; estávamos na seca), fim de semestre e aniversário de 4 anos da república formada pelos goianos (República do Pão), então decidimos fazer um churrasco para encerrar o semestre e comemorar o aniversário.
Tudo foi combinado com antecedência, seria na casa de um dos amigos de Brasília mesmo, com a presença da turma de Mecatrônica, agregados de outros cursos e amigos. Tudo regado à muito cerveja e vodka, e teria até carne! (Coisa rara nos churrascos que fazíamos).
O churrasco rolou solto o dia inteiro, todo mundo bebeu e comeu à vontade! Ao cair da noite as pessoas foram debandando e ficaram apenas alguns remanescentes, guerreiros que ficam até o fim da festa, até praticamente serem expulsos ou terminar a bebida.
No fim das contas ficou eu, dois amigos, o dono da casa (que também era meu amigo, mas vou chamá-lo assim para diferenciar), a namorada do dono da casa, o sobrinho da namorada do dono da casa, a prima da namorada do dono da casa (se bem me lembro) e mais algumas pessoas (ou não).
Eu e meus dois amigos já estávamos bastante loucos, com algumas idéias de girico, mas uma delas me chamou a atenção.
O sobrinho tinha cerca de 12 anos de idade e estava lá curtindo o fim de festa, com o seu refri, sentado num banco meio isolado. Na hora não notei onde estavam o resto das pessoas, mas eu e meus amigos decidimos colocar a idéia em prática.
Me sentei ao lado do guri e como quem não quer nada comecei a puxar um papo com ele, afinal o muleque tava isolado ali, largado, esperando a tia aparecer; já era noite, ele podia estar cansado. O diálogo desenrolou mais ou menos assim:
(Pra facilitar colocarei as minhas falas em azul e as do sobrinho de vermelho)
- Opa, e aí? Beleza?
- Beleza!
- Gostou de curtir o churrasco com a galera?
- Achei massa! Vocês são engraçados...
Papo vai, papo vem. O muleque já tava conversando comigo de boa, se sentindo mais entrosado, então era hora de acionar a brincadeira. De longe recebi o sinal de afirmativo dos meus comparsas para prosseguir com a missão. Então continuei na conversa:
- Tu é sobrinho da fulana né?
- Isso! Tu que é o Malboro?
- Eu mesmo. Falaram de mim é?
- Não, é que ouvi a galera te chamando. (Popularidade #FAIL! Oo)
- Então, tá afim de curtir mais?
- Tá massa aqui.
- Pow, mas a gente pode curtir mais, o que você acha?
- Qual é? Tá me tirando?
- Não que é isso, relaxa cara. É que tu tá sozinho aqui, tua tia não apareceu. A gente pode se divertir um pouco, só eu e você, tá afim?
Nisso os meus amigos já estavam rachando de rir ao longe, o menino estava com uma cara de susto que eu nunca vi em ninguém.
- Vou ali pegar uma bebida, tá afim de alguma coisa pra relaxar antes?
- Não, não!
Saí e fui conversar com os meus amigos, perguntei se um deles tinha uma camisinha no bolso, e tinham. Peguei a camisinha, sem que o menino percebesse. Completei o meu copo e voltei ao banco do lado do muleque.
- E aí? Vamos sair daqui?
- Pára com isso pow! Tá me tirando?
- Não cara, só nós dois, a gente vai no carro rapidinho, tua prima nem vai notar.
Os olhos do muleque encheram de lágrimas, ele ficou me olhando com medo. Ainda bem que era medo e não dúvida! Oo
- Na boa cara, não gosto disso não - Já com a voz trêmula de choro...
Era hora do golpe final, então enquanto eu tirava a camisinha do bolso para mostrá-la, disse:
- Relaxa! Eu tenho proteção! - Não aguentei e comecei a rir.
Antes de eu explicar que era brincadeira, o sobrinho olhou praquele pacotinho na minha mão e saiu correndo em direção à saída da casa, engasgando por causa do choro. Meus amigos estavam caindo no chão de tanto rir. Eles vieram para o banco e enquanto comentávamos o ocorrido, a namorada do dono da casa veio pisando fundo, acho que ainda tem pegadas dela no quintal. virou pra mim e pagou-me um sapo, dizendo que era só uma criança, que eu era um escroto sem noção, proferiu alguns palavrões também, mas não levei muito a sério. Falei que era uma brincadeira, que explicar no momento que ele saiu correndo e não deu tempo.
Depois disso achei que era hora de ir embora. Fomos os três juntos, para não criarmos mais problemas. O menino nem se aproximou de mim, mesmo depois de explicar que era brincadeira.
Acho que vocês já fizeram a conexão de quem é o cara que encontro na academia, né? Sim! É ele, o sobrinho!
Eu tenho cerca de 1,80m, não sou um cara pequeno. Esse muleque é cerca de 10 centímetros mais alto, e uns 20 quilos mais pesado. É um negão forte, daqueles que você evitaria discutir, evitaria sacanear e detestaria que ele tivesse rancor de brincadeiras do passado. Nas outras vezes que o encontrei, sempre desviei o olhar para que ele não me reconhecesse, nunca mais o encarei e nem penso em o cumprimentar. Vai que ele é uma pessoa rancorosa? É capaz de eu ganhar outra cicatriz no nariz.
Porém, outro dia desses, de tanto evitar o contato direto com ele, ele me encarou por algum tempo e quando o olhei, vi que ele estava me reconhecendo. Eu sentia que ele estava lembrando de toda a história daquele churrasco e quando o filme passou pela cabeça dele, vi a sua fisionomia fechando, fez cara de poucos amigos, aumentou o peso no exercício e malhou como um ogro. Se ele fez isso pra impressionar, surtiu efeito.
Sabem o que eu fiz? Mudei de horário! E sou capaz de mudar de academia se ele ficar emputecido comigo! Hehehe!
Qualquer dia desses vou colocar uma camisinha no armário dele, só pra ver se ele é rancoroso ou não, o que acham?
Diferente de algumas pessoas, eu não tenho a cara-de-pau de cumprimentar uma pessoa e fingir conhecê-la, muito menos de perguntá-la se eu realmente a conheço. Prefiro lembrar de onde nos conhecemos e somente depois falar com ele. Ele também não lembrava de mim, passamos um pelo outro na academia várias vezes e nenhum esboçou reação em cumprimentar o outro.
Fiquei encucado e busquei no fundo da memória de onde o conhecia e eis que *PLIM!* Lembrei e vou compartilhar aqui com vocês.
Era verão em Brasília (até porque aqui só se distingue duas estações: a da seca e a da chuva; estávamos na seca), fim de semestre e aniversário de 4 anos da república formada pelos goianos (República do Pão), então decidimos fazer um churrasco para encerrar o semestre e comemorar o aniversário.
Tudo foi combinado com antecedência, seria na casa de um dos amigos de Brasília mesmo, com a presença da turma de Mecatrônica, agregados de outros cursos e amigos. Tudo regado à muito cerveja e vodka, e teria até carne! (Coisa rara nos churrascos que fazíamos).
O churrasco rolou solto o dia inteiro, todo mundo bebeu e comeu à vontade! Ao cair da noite as pessoas foram debandando e ficaram apenas alguns remanescentes, guerreiros que ficam até o fim da festa, até praticamente serem expulsos ou terminar a bebida.
No fim das contas ficou eu, dois amigos, o dono da casa (que também era meu amigo, mas vou chamá-lo assim para diferenciar), a namorada do dono da casa, o sobrinho da namorada do dono da casa, a prima da namorada do dono da casa (se bem me lembro) e mais algumas pessoas (ou não).
Eu e meus dois amigos já estávamos bastante loucos, com algumas idéias de girico, mas uma delas me chamou a atenção.
O sobrinho tinha cerca de 12 anos de idade e estava lá curtindo o fim de festa, com o seu refri, sentado num banco meio isolado. Na hora não notei onde estavam o resto das pessoas, mas eu e meus amigos decidimos colocar a idéia em prática.
Me sentei ao lado do guri e como quem não quer nada comecei a puxar um papo com ele, afinal o muleque tava isolado ali, largado, esperando a tia aparecer; já era noite, ele podia estar cansado. O diálogo desenrolou mais ou menos assim:
(Pra facilitar colocarei as minhas falas em azul e as do sobrinho de vermelho)
- Opa, e aí? Beleza?
- Beleza!
- Gostou de curtir o churrasco com a galera?
- Achei massa! Vocês são engraçados...
Papo vai, papo vem. O muleque já tava conversando comigo de boa, se sentindo mais entrosado, então era hora de acionar a brincadeira. De longe recebi o sinal de afirmativo dos meus comparsas para prosseguir com a missão. Então continuei na conversa:
- Tu é sobrinho da fulana né?
- Isso! Tu que é o Malboro?
- Eu mesmo. Falaram de mim é?
- Não, é que ouvi a galera te chamando. (Popularidade #FAIL! Oo)
- Então, tá afim de curtir mais?
- Tá massa aqui.
- Pow, mas a gente pode curtir mais, o que você acha?
- Qual é? Tá me tirando?
- Não que é isso, relaxa cara. É que tu tá sozinho aqui, tua tia não apareceu. A gente pode se divertir um pouco, só eu e você, tá afim?
Nisso os meus amigos já estavam rachando de rir ao longe, o menino estava com uma cara de susto que eu nunca vi em ninguém.
- Vou ali pegar uma bebida, tá afim de alguma coisa pra relaxar antes?
- Não, não!
Saí e fui conversar com os meus amigos, perguntei se um deles tinha uma camisinha no bolso, e tinham. Peguei a camisinha, sem que o menino percebesse. Completei o meu copo e voltei ao banco do lado do muleque.
- E aí? Vamos sair daqui?
- Pára com isso pow! Tá me tirando?
- Não cara, só nós dois, a gente vai no carro rapidinho, tua prima nem vai notar.
Os olhos do muleque encheram de lágrimas, ele ficou me olhando com medo. Ainda bem que era medo e não dúvida! Oo
- Na boa cara, não gosto disso não - Já com a voz trêmula de choro...
Era hora do golpe final, então enquanto eu tirava a camisinha do bolso para mostrá-la, disse:
- Relaxa! Eu tenho proteção! - Não aguentei e comecei a rir.
Antes de eu explicar que era brincadeira, o sobrinho olhou praquele pacotinho na minha mão e saiu correndo em direção à saída da casa, engasgando por causa do choro. Meus amigos estavam caindo no chão de tanto rir. Eles vieram para o banco e enquanto comentávamos o ocorrido, a namorada do dono da casa veio pisando fundo, acho que ainda tem pegadas dela no quintal. virou pra mim e pagou-me um sapo, dizendo que era só uma criança, que eu era um escroto sem noção, proferiu alguns palavrões também, mas não levei muito a sério. Falei que era uma brincadeira, que explicar no momento que ele saiu correndo e não deu tempo.
Depois disso achei que era hora de ir embora. Fomos os três juntos, para não criarmos mais problemas. O menino nem se aproximou de mim, mesmo depois de explicar que era brincadeira.
Acho que vocês já fizeram a conexão de quem é o cara que encontro na academia, né? Sim! É ele, o sobrinho!
Eu tenho cerca de 1,80m, não sou um cara pequeno. Esse muleque é cerca de 10 centímetros mais alto, e uns 20 quilos mais pesado. É um negão forte, daqueles que você evitaria discutir, evitaria sacanear e detestaria que ele tivesse rancor de brincadeiras do passado. Nas outras vezes que o encontrei, sempre desviei o olhar para que ele não me reconhecesse, nunca mais o encarei e nem penso em o cumprimentar. Vai que ele é uma pessoa rancorosa? É capaz de eu ganhar outra cicatriz no nariz.
Porém, outro dia desses, de tanto evitar o contato direto com ele, ele me encarou por algum tempo e quando o olhei, vi que ele estava me reconhecendo. Eu sentia que ele estava lembrando de toda a história daquele churrasco e quando o filme passou pela cabeça dele, vi a sua fisionomia fechando, fez cara de poucos amigos, aumentou o peso no exercício e malhou como um ogro. Se ele fez isso pra impressionar, surtiu efeito.
Sabem o que eu fiz? Mudei de horário! E sou capaz de mudar de academia se ele ficar emputecido comigo! Hehehe!
Qualquer dia desses vou colocar uma camisinha no armário dele, só pra ver se ele é rancoroso ou não, o que acham?
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