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Golpe
Posted by Fred Pinto
on
11:38
Essa história eu realmente vou poupar nomes – é sério!
Há algum tempo atrás juntei uns amigos e decidimos ir a uma boate badalada da época – Vou parar aqui um instante para descrever algumas coisas.
Quando eu era mais jovem, nas baladas aqui de Brasília existia a consumação, que acabou sendo proibida por lei – uma lei que, convenhamos, é deveras idiota –, onde o cliente escolhia entre pagar um preço exorbitante de entrada ou um preço moderado convertido em produtos consumidos na casa. Isso era uma maravilha, pois você não via o seu dinheiro indo direto pro bolso do dono da boate que provavelmente sonegaria aquele dinheiro maquiando o movimento da boate. Enfim uma boate badalada era aquela em que tinha a opção da consumação a um preço moderado – claro que existiam as consumações exorbitantes e as entradas galaxiais – e uma proporção de garotas considerável, onde elas não precisavam ser exatamente bonitas, bastavam ser garotas.
Continuemos então.
Entramos na boate, o lugar ela legal, tinha uma pista de dança central com dois bares ao lado, algumas mesas ao redor, um mezanino e uma varanda com algumas outras mesas.
Já estávamos animados por causa do tradicional movimento porta (explicado neste post) e encontramos um grupo de garotas sentadas na varanda da balada.
Sentamos com elas na mesa e ficamos trocando idéia por algum tempo, até que vimos que o esquema estava mais ou menos definido, ou seja, já sabíamos quem ia se pegar.
Deixei a mesa porque eu era/sou um dos que não se daria bem. E fui para a parte interna com o restante dos dispensados.
Depois de algum tempo de festa, encontrei um dos meus amigos que tinha continuado na mesa e tinha ficado com a mina curtindo no meio da pista e estranhei. Fui ao bar apanhar mais uma bebida e vi uma das garotas sentadas no balcão, meio triste por ter sido largada pelo meu amigo – logo eu descobriria o motivo – então comecei a conversar com ela e a furar o olho do meu amigo. Constrangido por ficar ali na cena do crime, propus que fôssemos para a varanda. (Detalhe: Estávamos no bar próximo à saída para a varanda, sentados naqueles bancos altos de bar e o caminho para a varanda tinham 02 (DOIS) degraus, “apenasmente” DOIS degraus)
Desci do banco e segurei sua mão antes de sairmos. Quando me virei de costas estranhei o pequeno puxão que recebi, como se alguém saltasse do banco, mas ignorei – que tolo! – pois grande parte das garotas é baixa. Fomos em direção à varanda, eu abrindo caminho e ela atrás de mim. Vários esbarrões depois chegamos à porta da varanda – os DOIS degraus, lembram? Eu ainda estava encucado com o salto do banco. Passei pelos degraus normalmente e senti a mão da menina me puxando pelo primeiro degrau, então pensei que ela descesse degraus como criança (sabe? Colocando os dois pés em cada degrau), senti a mão puxando o segundo degrau, foi aí que ao continuar andando pela varanda senti a mão me puxando pelo terceiro degrau, pelo quarto degrau, pelo quinto, pelo sexto. Entrei em pânico, a encostei contra a parede, dei-lhe aquele beijo e disse que voltaria para buscar uma bebida e que ela me esperasse sentada.
Ela deve estar me esperando até hoje.
Muy amigo o meu camarada, deixou-me furar-lhe os olhos com a manca. Tá vendo? Isso é pra eu aprender a não furar olho de amigo meu!!!